terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

O inexplicável acontece


Tem algumas coisas que acontecem que não dá para explicar. Analisamos, pensamos e buscamos respostas que não existem. Ficamos, muitas vezes, intrigados querendo entender algo que não é para entender. Ficamos aflitos buscando um motivo, uma razão para o inexplicável.


Cito, como exemplo, a morte de Jônatas, filho de Saul e amigo leal de Davi. Quando analisamos o seu perfil, o seu bom caráter, achamos um absurdo a sua morte. Enfim, ele não merecia morrer naquela batalha. Foi um homem leal, honrou até as últimas consequências a sua aliança com Davi, honrou a seu pai, serviu a Deus. No entanto, morreu tragicamente numa batalha contra os filisteus. Seria bom se ele tivesse sobrevivido e visto o seu grande amigo Davi assumir o reinado. Quem sabe, não seria um de seus conselheiros? Mas Jônatas morreu... Podemos dizer que é incompreensível a sua morte, inexplicável como é inexplicável muitas coisas que acontecem conosco.


A verdade é que nem sempre teremos respostas diante de fatos inesperados que acontecem em nossas vidas. Para nós, sempre restará a confiança em um Deus único que sabe muito bem o que faz. Um Deus soberano que não precisa dar respostas diante de suas decisões. Vale ressaltar que aquele vive buscando respostas e vive entregue aos questionamentos, nunca conseguirá entender a multiforme sabedoria de Deus. A nossa confiança em Deus deve ser absoluta, uma confiança cega, capaz de nos manter firmes mesmo em meio à ausência de respostas. A nossa confiança deve existir com base na seguinte premissa: EU NÃO ENTENDO, MAS EU CONFIO NO TEU AMOR.

"Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não da nossa parte" II Cor. 4:06

Tem momentos que olhamos para dentro de nós e nos desapontamos. A pergunta e o questionamento são sempre os mesmos: - Por que eu sou assim? Por que estou passando por isso? Por que ainda não fui curada disso? Por que ainda não superei isso ou aquilo? Por que ainda não alcancei a perfeição?

Deus usou o apóstolo Paulo para elucidar muito bem esta questão. Somos vasos de barro que abrigam o tesouro da glória de Deus. Somos frágeis servos a expressar a excelência do poder Deus. Frágeis para que não venhamos a usurpar uma glória que não nos pertence. Frágeis para que entendamos que dependemos unicamente do Senhor. Frágeis para que sejamos humildes.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

DAVI: ELE VALIA POR DEZ MIL HOMENS



Davi enviou o povo: um terço sob o comando de Joabe, outro terço sob o de Abisai, filho de Zeruia e irmão de Joabe, e o outro terço sob o de Itai, o geteu. Disse o rei ao povo: Eu também sairei convosco. Respondeu, porém, o povo: Não sairás, porque, se formos obrigados a fugir, não se importarão conosco, nem ainda que metade de nós morra, pois tu vales por dez mil de nós. Melhor será que da cidade nos prestes socorro”. (II Samuel 18:2,3).

Ele valia por 10 mil homens, assim reconhecia o seu povo. Aqueles que o conheciam, também o enxergavam como um homem de guerra, um herói “Então, até o homem valente, cujo coração é como o de leões, sem dúvida desmaiará; porque todo o Israel sabe que teu pai é herói e que homens valentes são os que estão com ele.” (II Samuel 17:10). Outros, por sua vez, exaltavam a sua sabedoria “Para mudar o aspecto deste caso foi que o teu servo Joabe fez isto; porém sábio é meu senhor, conforme à sabedoria de um anjo de Deus, para entender tudo o que há na terra” (II Samuel 14:20). Estamos falando de Davi, o homem segundo o coração de Deus.

Às vezes me ponho a pensar no que tinha esse homem de tão especial para que as pessoas o enxergassem desta forma? Surgem sempre em minha mente as seguintes palavras: “unção”, “intimidade” e “habilitação”. Quando um homem ou uma mulher recebe a unção de Deus sobre a sua vida, passando a trilhar um caminho de intimidade com o Senhor e permite que Deus o habilite através das adversidades (batalhas) da vida, este passa a ter um valor inestimável e incalculável. Enfim, passa a existir em seu coração uma força sobrenatural, gerada por aquele que o fortalece: JESUS. Se cumpre em sua vida o que está determinado em Levítico 26:7-8 e Josué 23:10

E perseguireis os vossos inimigos, e cairão à espada diante de vós; Cinco de vós perseguirão a um cento deles, e cem de vós perseguirão a dez mil; e os vossos inimigos cairão à espada diante de vós” (Lev. 26:7,8)

Um só homem dentre vós perseguirá a mil; pois é o SENHOR vosso Deus que peleja por vós, como já vos tem falado” (Josué 23:10)

Precisamos seguir o exemplo do rei Davi, homem segundo o coração de Deus. Não podemos nos esquecer de que há em nós esta força e este valor inigualável.

Ioná Loureiro

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

FILHOS CONTRARIADOS








Contrariar um filho dá uma dor de cabeça enorme. Geralmente, quando dizemos um não para um filho, nos deparamos com cenas que muitas vezes nos angustiam. Cara feia, lágrimas, pirraça e muitas vezes ouvimos aquilo que jamais queríamos ouvir. Palavras que ferem, que doem, pois filhos sempre querem ouvir um SIM e quando são contrariados, colocam para fora uma fúria que nos surpreende. Sempre querem fazer o que acham que é certo, pois se vêem como os verdadeiros donos da razão. Não aceitam e não entendem a experiência e os conselhos de quem conhece muito bem a vida. Mas embora seja doloroso e trabalhoso, filhos devem ser contrariados. Do contrário, se tornarão homens e mulheres sem limites que acharão que podem fazer tudo o que estiver em suas mentes. Não saberão respeitar e encarar as condições e os limites que foram estabelecidos em prol de sua própria segurança. Eu ainda me recordo bem do desejo que tive na infância de fugir de casa, diante das constantes negativas de minha mãe. Lembro até hoje da minha gaveta, das roupinhas arrumadas prontas para colocar na sacola e fugir para longe em busca da tão sonhada liberdade. Só que o tempo passava e a coragem de fugir ia embora quando percebia que mamãe tinha toda razão. Creio que a turminha da antiga sabe muito bem o que estou falando.

Neste contexto, trago a reflexão a história do jovem Adonias, filho do rei Davi. Nunca contrariado pelo pai, achava que podia fazer o que bem queria “E nunca seu pai o tinha contrariado, dizendo: Por que fizeste assim? ...” (I Reis 9:06). Desejou, a qualquer custo, assumir a posição de seu pai no reinado, lugar que seria de seu irmão Salomão. Procurou dar o seu jeito para subir ao trono, mas seus intentos acabaram sendo desfeitos “Então Adonias, filho de Hagite, se levantou, dizendo: Eu reinarei. E preparou carros, e cavaleiros, e cinqüenta homens, que corressem adiante dele” (I Reis 1:5). Nâo conformado com o “não”, buscou casar-se com Abisague, jovem donzela que havia cuidado de seu pai na velhice “E ele disse: Peço-te que fales ao rei Salomão (porque ele não te rejeitará) que me dê por mulher a Abisague, a sunamita” (II Reis 2:17). Queria, a qualquer custo, ocupar a posição de um rei. E em meio a sua mania de querer fazer o que se quer, acabou morrendo, sendo assassinado a pedido de seu irmão Salomão, que ordenou a sua morte por tornar-se uma possível ameaça a seu reinado “Agora, pois, vive o SENHOR, que me confirmou, e me fez assentar no trono de Davi, meu pai, e que me tem feito casa, como tinha falado, que hoje morrerá Adonias” (I Reis 2:24). Um final trágico para um jovem que não tinha limites, que não estava acostumado a ser contrariado. Em nossa sociedade, nos deparamos com jovens assim, como Adonias. Jovens que não são questionados por seus pais, jovens que fazem o que querem e a conseqüência é a que vemos em nossos dias. Jovens entregues às drogas, à prostituição, à rebeldia. Jovens abandonando seus pais e entregues a um mundo frio, que sem piedade, faz as suas vítimas.

Entendo que como pais, precisamos contrariar os nossos filhos quando preciso, ainda que seja algo que nos custe, para que cresçam entendendo que é preciso ter limites e que nem tudo nesta vida lhes é permitido. Agindo assim, pouparemos os nossos filhos de finais tristes e sombrios, como aquele vivido pelo jovem Adonias, que acabou se perdendo em meio a sua mania de não respeitar os “nãos” que a vida lhe apresentou.

Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados" (Hebreus 12:5-11 NVI)

Ioná Loureiro

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

OPOSITORES DA OBRA

Estou caminhando com o Senhor há 21 anos e durante esta maravilhosa e desafiante trajetória, passei por três ministérios, três igrejas onde aprendi a servir a Deus. E em dois momentos, tive de trocar de ministério e ir para outra igreja, cumprindo sempre o meu chamado. Em nenhum momento, busquei persuadir a quem quer que seja a ir comigo para a nova direção que Deus estava me dando. Saí de mansinho, guardando, em silêncio, a minha decisão. Os discípulos que formei, lá deixei, pois os formei para Jesus Cristo, para a sua igreja e não para mim.

A razão de nunca ter feito isto é muito simples - jamais quis me opor à obra de Deus e sempre tive o entendimento de que Deus é um ser muito pessoal, ou seja, ele fala e trata com cada um individualmente, pessoalmente. Assim, a direção que Ele tem pra mim pode não ser a direção que Ele tem para meu irmão. Jônatas e Davi, por exemplo, tinham uma aliança e serviam ao mesmo Deus, mas o Senhor tinha para ambos, caminhos diferentes.

É lamentável notar, entretanto, que muitos não entendem esta verdade, pois ao sair de uma igreja, querem a qualquer custo, persuadir pessoas a seguí-los e acabam, lamentavelmente, se tornando opositores da obra de Deus. Opositores porque acabam enfraquecendo a igreja de onde saíram, retirando da Casa de Deus, colunas do Templo, vidas que acabam sendo contaminadas por dissuasões que tem como único objetivo confundir a mente de vidas que estavam muito bem sedimentadas em suas igrejas. Tais pessoas, na verdade, não entendem que todos que pregamos a Jesus Cristo somos cooperadores de Deus, como bem esclareceu o Apóstolo Paulo em sua carta aos Coríntios “Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus “ (I Cor. 3:09). Por este motivo, não há sentido em dividir o corpo, através da multiplicação de um comércio de mentes que conhecemos muito bem.

Creio que não é momento de nos portarmos como opositores da obra, é momento de ajuntarmos e não espalharmos, como nos ensinou Jesus. Por fim, é momento de cada um manter firme, em sua mente, as suas decisões e as suas escolhas, sem ferir à obra de Deus. É tempo de guardar o coração e não permitir que Satanás nos use como instrumento de divisão e enfraquecimento de sua obra. O próprio Jesus, tinha a plena consciência de que a sua mensagem precisava ser expandida sem partidarismos e sem facções “E João lhe respondeu, dizendo: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue. Jesus, porém, disse: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo falar mal de mim. Porque quem não é contra nós, é por nós” (Marcos 9:38-40)

Ioná Loureiro