quarta-feira, 27 de julho de 2011

ÂNIMO – UM PONTO CHAVE!


“Então, continuamos a construir as muralhas, e logo elas já estavam na metade da sua altura total porque o povo estava animado para trabalhar” Neemias 4.6


Neemias, conduzindo o povo, conseguiu concluir a obra em 52 dias, isto porque todos estavam animados para o trabalho. A palavra ânimo vem do latim que quer dizer “vida”, “coragem” e “alma”. O ânimo é um fator muito importante quando se quer conquistar algo. Sem ânimo, fica realmente complicado. Vemos que, naquele contexto, o povo se encheu de vida para construir as muralhas. Eles não se deixaram abater pelos opositores, pelas ameaças, pelos obstáculos que surgiram a sua frente. Estavam animados!!!


Mas qual seria o segredo de tamanha motivação? Vejamos alguns aspectos.


1. Seguir as instruções do líder. Aquele povo se animou porque seguiram as instruções de Neemias, que os orientava em tudo. Às vezes, achamos que somos auto-suficientes e queremos caminhar sozinhos. Mas não dá certo! É na comunhão dos santos que o Senhor ordena a sua benção! (Salmo 133.1). Elias foi parar na caverna porque se isolou e se achou a última coca-cola do deserto. Pensava que era o único quando, na verdade, existiam outros joelhos que não se dobraram a Baal.


2. Não parar. Embora tivessem aparecido os opositores e as situações adversas, aquele povo não parou a obra. Parar é uma grande tolice. Muitos dizem que vão dar um tempo, que precisam descansar e acabam ficando paralisados. Quando Davi decidiu não ir à guerra, cometeu o grande erro de sua vida. Ânimo não é sentimento! Ainda que estejamos desanimados, precisamos continuar a fazer a obra. “Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados” 2 Co 4.8


3. Ter um foco em mente. Muitos desanimam porque perdem o foco e desistem de fazer a obra. Aquele povo tinha um foco, reconstruir os muros e exaltar ao Senhor. Tinham em mente esse objetivo e lutaram por isso, até o fim. Sem foco, cria-se um desânimo porque não há desafios a enfrentar. O homem é movido por desafios. “Eia, subamos e possuamos a terra, porque, certamente prevaleceremos contra ela” Nm 13.30


4. Vigiar sempre. O povo, ao mesmo tempo que edificava, estava vigilante. “...cada um com uma das mãos, fazia a obra e com a outra segurava as armas” Neemias 4:17. Quando não vigiamos, somos roubamos. Ou seja, quando não mantemos uma vida de oração, jejum e Palavra nos tornamos vulneráveis. Enfim, quando abrimos brechas em nossas vidas, não ficando atentos ao que está a nossa volta, ao ambiente que nos cerca, somos alvos fáceis para o desânimo e à estagnação.


5. Não se distrair com bobagens e fofoquinhas. Neemias não deu papo, não deu conversa para os opositores. Não se distraiu como muitos fazem. Sempre haverá alguém tentando roubar a nossa atenção, querendo nos distrair para nos remover de nosso alvoo. Muitos chegam com aquela conversa fiada e acabamos cedendo e por fim, ficamos desanimados porque demos ouvidos a quem não devia. Ânimo envolve foco, foco envolve fé e fé envolve ouvir o que vem de Deus e não o que vem de homens. “Enviei-lhes mensageiros a dizer, estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer..” Neemias 6.3


Percebemos, portanto, que o ânimo envolve uma série de aspectos que devem ser observados. Precisamos nos animar sempre, tendo em mente que fomos chamados para realizar. Assim como Neemias terminou aquela obra em 52 dias, vencendo limites e barreiras, Deus quer nos levar a viver o extraordinário.

Ioná Loureiro

A ÉTICA E O SIGILO SACERDOTAL


No mundo profissional, ouvimos muito falar sobre ética. Ou seja, todo profissional, ao realizar as suas atividades, precisa ter em mente um conjunto de regras que devem ser obedecidas, pois a ética se refere a um conjunto de normais morais pelas quais o indivíduo deve orientar seu comportamento na profissão que exerce. Enfim, no âmbito profissional, há esta preocupação com a ética, ou seja, regras de conduta são observadas quando se exerce uma profissão. E quando falamos de vida eclesiástica, a ética tem sido observada? Há também um código de conduta ética para aqueles que exercem o ministério pastoral, por exemplo?

A este respeito, podemos afirmar que a própria Palavra de Deus é o código de conduta ética para aquele que anuncia o evangelho da Salvação. Na Bíblia, são descritos claramente valores a serem seguidos e observados por aqueles que exercem o pastoreio. Mas será que a ética tem realmente sido observada neste sentido?

Quando penso em ética pastoral, logo me vem a mente a questão do sigilo sacerdotal. Por ter alguns artigos publicados em sites evangélicos, constantemente recebo pedidos de aconselhamento diversos, de pessoas que nunca conheci e provavelmente jamais conhecerei. A grande maioria procura a ajuda de uma espécie de pastor virtual. E percebo, neste sentido, que na maioria dos casos, esta procura se dá porque muitos não confiam em seus pastores. Enfim, são pessoas que têm medo de expor seus sentimentos e vê-los em seguida sendo partilhados em púlpitos, reuniões ministeriais e nos corredores da Igreja. Certa vez, aconselhei uma jovem que me pediu ajuda porque expôs uma situação muito íntima para sua pastora e esta, por sua vez, compartilhou a questão para alguns membros do grupo jovem de sua Igreja. O resultado foi catastrófico, pois ao tomarem conhecimento da situação, que era muito delicada, pois envolvia a questão do homossexualismo, os jovens daquela Igreja começaram a tratar a moça com indiferença. Ela então ficou sabendo que todos sabiam de seu problema. Aquela jovem então nunca mais colocou os pés em uma Igreja evangélica. Ou seja, houve uma grande falta de ética pastoral na relação pastor-ovelha. Faltou credibilidade, discrição e confiança.

Na verdade, o pastor precisa entender que nas suas mãos é depositada uma responsabilidade muito grande, enfim, o pastor é chamado para cuidar de vidas e de ser instrumento nas mãos de Deus para curar feridas profundas e, portanto, precisa ter a discrição e a fidelidade de saber guardar em segredo confissões que jamais devem ser expostas, pois tudo o que uma ovelha precisa é de alguém que possa confiar, ou seja, alguém a quem possa confessar, muitas vezes, as suas culpas, como descreve a Palavra, para alcançar a cura “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados...” (Tiago 5:16). Só que lamentavelmente, muitas ovelhas esbarram nesta falta de ética pastoral e acabam, consequentemente, sofrendo grandes decepções quando se deparam com a exposição de sua intimidade perante à Igreja de forma completamente leviana.

Creio que é momento de pensarmos um pouco na ética pastoral, no sentido de aqueles que exercem este importante ministério tenham mais discrição no trato com as ovelhas que o Senhor colocou em suas mãos para cuidar, pois a ausência desta ética pode, consequentemente, afastar muitas pessoas do verdadeiro evangelho ao se depararem com as suas feridas expostas, sem ética alguma, gerando situações completamente dolorosas e desconcertantes.

Ioná Loureiro