quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Precisamos mesmo de tantos calmantes?



Recentemente foi publicada uma matéria em uma revista da grande circulação nacional sobre o uso indevido do Rivotril, um calmante de tarja de uso amplamente difundido em nosso país.
Segundo a matéria, o Rio de Janeiro é campeão no uso deste calmante, comumente indicado em casos de síndrome do pânico e depressão. Segundo os psiquiatras, o medicamento deve apenas ser usado em casos específicos e por um período não muito longo. Ocorre, entretanto, que as pessoas estão usando o Rivotril indiscriminadamente para aliviar a tensão do dia-a-dia, para esquecer os problemas, para ter uma boa noite de sono, como quem toma um remedinho para dor de cabeça.

Todavia, aqueles que estão usando indevidamente este medicamente estão esquecendo que o mesmo causa forte dependência após um longo período de uso, além de afetar o funcionamento normal dos neurotransmissores. Algumas pessoas, inclusive, tiveram que ser internadas para vencer a dependência, passando por uma espécie de desintoxicação.

Pelo que eu percebi da matéria e dos relatos apontados, as pessoas não estão sabendo lidar com as suas emoções e diante desta realidade, estão apelando para calmantes desta natureza. Ou seja, diante dos problemas, das lutas do dia-a-dia, dos desafios, das pressões, apelam para o que pode rapidamente aliviar o desconforto mental, pois o remédio age imediatamente no sistema nervoso central trazendo uma sensação de bem estar, por isso, é conhecido como “a pílula da felicidade”. Assim, em vez de buscarem o equilíbrio de suas emoções através do Espírito Santo, através de um relacionamento com Deus, estão partindo para um alívio imediato, superficial e prejudicial à saúde. Percebemos, portanto, que as pessoas andam por demais ansiosas. Jesus, conhecendo esta aflição humana, fez um discurso maravilhoso sobre a importância de não andarmos ansiosos.

“Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas? Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura? E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos?

Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé?

Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir? {Pois a todas estas coisas os gentios procuram.} Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso. Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal” (Mateus 6:25-34)

Embora não sendo psicóloga ou psiquiatra, posso afirmar que é possível manter o equilíbrio emocional sem tomar tais medicamentos e isto através de um exercício de fé e de confiança no Senhor.  Faço esta afirmação com propriedade porque vivi um período em minha vida em que perdi o controle das minhas emoções. As pressões eram tantas que fui atacada por doenças decorrentes de transtornos da ansiedade. Cheguei a sentar em divãs de psicólogos e psiquiatras, chegando, inclusive, a tomar calmantes como lexotan, frontal, etc. Experimentei estes medicamentos alguns dias só que decidi buscar o divã do Altíssimo e descobri que a cura estava em Jesus Cristo, pois Ele está sempre pronto a nos guiar aos pastos verdejantes e às águas tranquilas de descanso.

Foi um momento de grande conflito interior, mas refletindo na Palavra de Deus e com a ajuda das minhas autoridades espirituais, pude adquirir forças e fé para vencer este mal. Deste modo, orando, estando na Casa do Senhor, acabei aprendendo a controlar as minhas emoções e fui livre daquele mal estar constante que me perseguia diariamente.

Hoje, ainda que o mundo pode estar desabando sobre mim, não perco o controle das minhas emoções e já não me aflijo tanto. Aprendi a descansar em Deus. Aprendi a clamar pelo socorro do Senhor “Elevo os meus olhos para os montes, de onde vem o meu socorro. O meu socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra” (Salmo 121:1-2) Aprendi a viver cada dia, pois o amanhã sempre cuidará de si mesmo. Aprendi o caminho da gratidão, aprendi a apreciar as coisas boas da vida. Aprendi que aquilo que eu não consigo resolver, o Senhor resolverá por mim. Aprendi que nem sempre as coisas acontecerão do jeito que planejei. Aprendi a não sofrer por antecipação. Aprendi, inclusive, a separar um tempo para descansar e por as idéias em ordem, como fez Jesus com os seus discípulos após uma longa jornada ministerial.

“E os apóstolos ajuntaram-se a Jesus, e contaram-lhe tudo, tanto o que tinham feito como o que tinham ensinado. E ele disse-lhes: Vinde vós, aqui à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco. Porque havia muitos que iam e vinham, e não tinham tempo para comer. E foram sós num barco para um lugar deserto” (Marcos 6:30-32)

Por fim, aprendi a confiar em Deus.

Meu conselho, diante do que vivi e do que tenho visto, é que possamos sempre buscar o equilíbrio de nossas emoções através da Palavra de Deus e da cobertura da Igreja. A tempestade, por mais forte que seja, sempre vai se acalmar. Além disso, precisamos separar um tempo para descansar, nem que seja um dia na semana. Somos humanos e não máquinas. Muitas vezes extrapolamos os limites do nosso próprio corpo e da nossa mente e isto acaba gerando uma espécie de sobrecarga nas nossas emoções. Foi o que aconteceu comigo, pois me envolvi com muitas atividades, colocando sobre os meus ombros uma carga de responsabilidades que não conseguia dar conta, o que veio a causar um bloqueio nas minhas emoções.

E por fim, aconselho que tenhamos um coração como o do rei Davi, que viveu muitos dissabores mas mantinha a sua alma apegada ao Senhor em todo o tempo e tinha o hábito de colocar diante dele todas as suas queixas, todas as suas crises, enfim, tudo o que lhe afligia.

Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação da sua face. Ó meu Deus, dentro de mim a minha alma está abatida; por isso lembro-me de ti desde a terra do Jordão, e desde os hermonitas, desde o pequeno monte” (Salmo 42:5-6)

Que possamos, portanto, estar livres do uso de medicamentos como Rivotril, que o nosso refúgio seja o Senhor nosso Deus. Que habite em nós a paz que Jesus nos prometeu!  

Deixo bem claro que meu objetivo com este texto não é recriminar aqueles que utilizam calmantes, pois são eficazes e necessários em dadas situações e quando usados sob recomendação médica. E muito menos quero que aqueles que os utilizam interrompam o seu uso sem orientação médica. Quero apenas mostrar que existe um caminho diferente para nos livrarmos dos problemas emocionais que tanto têm assolado a humanidade.


Pra. Ioná Loureiro