quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

SEMENTES QUE SE PERDEM

Todos conhecemos alguém que esteve junto de nós em nossa caminhada cristã. Ou seja, sempre vem em nossa lembrança a imagem de alguém que serviu a Jesus e que esteve, por um certo período, na presença de Deus. E sempre, quando nos lembramos destas pessoas, surgem em nossa mente alguns questionamentos. Por que essa pessoa se afastou da presença de Deus? O que ocasionou tamanho esfriamento a ponto de fazê-la se afastar do evangelho? O que leva uma pessoa a abandonar a Palavra de Deus?


Jesus, certa vez, relevou a seus discípulos o que leva uma pessoa a se afastar da sua presença. Usando uma simples parábola, revelou com profundidade os motivos de tamanho esfriamento. Estamos falando da Parábola do Semeador (Marcos 4).


1. A beira do caminho. Jesus, usando a parábola do semeador, disse que a semente que é lançada à beira do caminho logo é roubada por Satanás. Uma semente lançada à beira do caminho é justamente aquela semente que é lançada sem consistência, sem essência, sem unção. Enfim, é a Palavra que não consegue atingir o âmago do coração do homem. Por este motivo, ao cumprirmos o ide do Senhor, precisamos anunciar a Palavra com autoridade, com essência, com unção. Quando há sinceridade em nossa pregação, quando vivemos o que pregamos, ela atinge o coração daqueles que nos ouvem. Percebemos, deste modo, que muitos não permanecem firmes da presença de Deus porque não receberam uma Palavra que realmente tocasse o íntimo de seus corações. Foram palavras lançadas à beira do caminho, palavras vazias, desprovidas de poder e unção. “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e do poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus” (I Cor. 2.4,5)


2. O solo rochoso. Usando a parábola do semeador, Jesus nos explicou que a semente lançada em solo rochoso é aquela que não produz raiz em si mesmo. Chegando a angústia e perseguição, por causa da Palavra, logo se enfraquece e morre. Muitos deixam ao Senhor por não suportarem os momentos de angústia e perseguição decorrentes de uma vida sincera com Deus. Paulo advertiu o jovem Timóteo sobre esta questão “Ora, todos que querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (II Tim. 3.12). Muitos, todavia, não suportam esta verdade. Querem desfrutar da glória de Deus, mas não conseguem pagar o preço de serem perseguidos. Não conseguem entender que ser um vencedor em Cristo envolve momentos de angústia e perseguições. São pessoas que se escandalizam ao perceberem que o evangelho envolve esforço e determinação.


3. Os espinhos. Por fim, Jesus releva através da parábola do semeador o que acontece com a semente que caiu entre os espinhos. Os cuidados do mundo, a fascinação com as riquezas e outras ambições sufocam a Palavra nos corações. Muitos apreciam o evangelho, mas se esquecem que não pertencem a este mundo. Ou seja, se apegam de tal forma aos valores do mundo, que acabam se esquecendo de Deus. “Não ameis o mundo e nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele” (I João 2.15). Estamos neste mundo, mas não pertencemos a ele. Por este motivo, nada do que o mundo nos oferece pode substituir a nossa busca ao Senhor. A fascinação com as riquezas também sufoca a Palavra. É desejo de Deus que tenhamos poder financeiro. O grande perigo é quando nos esquecemos de que o poder financeiro nos é dado para cobrirmos o Corpo de Cristo, como fez José de Arimatéia, o discípulo que pediu o corpo de Jesus a Pilatos para que fosse repousado em uma Sepultura digna daquele que mais tarde haveria de ressuscitar dentre os mortos. Ou seja, muitos abandonam ao Senhor quando permitem que a fascinação pelas riquezas o tornem avarentos a ponto de pensarem que não precisam mais abençoar a Casa de Deus. O fascínio pelas riquezas os faz desprezar a essência da ressurreição. Por terem poder financeiro, se acham auto-suficientes e se esquecem que o dinheiro não compra a felicidade, a paz que só Jesus pode dar. E este fascínio errado pelas riquezas acaba fazendo com que se afastem da presença de Deus. Por fim, Jesus fala das demais ambições que sufocam a Palavra. A ambição, em uma de suas definições, é o desejo imoderado de glória. Muitos abandonam o evangelho porque querem, a qualquer custo, alcançar uma posição de destaque. Creio que a ambição é algo natural do ser humano. O grande problema é quando se torna algo doentio, fazendo com que a pessoa se esqueça de Deus, de seus princípios e valores. Deus quer que sonhemos com coisas grandes. Assim como o Senhor deu sonhos a José do Egito, Ele tem sonhos, coisas grandes para cada um de nós. Entretanto, muitos por não se entregarem aos propósitos de Deus, acabam não entendo o tempo da espera e sufocam a fé que há em seus corações.

Diante de tantos motivos que fazem com que a Palavra se extinga nos corações, é bom saber que existe a boa terra. Enfim, em meio a tantos que se afastam da presença de Deus, existem aqueles que permanecem firmes e ainda conseguem produzir bons frutos por onde vão. São pessoas em cujos corações a Palavra consegue germinar, vingar e frutificar. E esta semente faz com que se tornem “árvores plantadas junto ao ribeiro de águas, que no devido tempo, dão o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quando fazem são bem sucedidos” (Salmo 1.3). Que o Senhor, portanto, encontre em nossos corações esta boa terra, este bom coração.


Ioná Loureiro

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A persistência que fortalece



"E, deixando-os de novo, foi orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras" (Mateus 26.44)

Estive refletindo sobre a oração de Jesus no Getsêmani. Prestes a viver o momento mais doloroso de sua vida, o mais crucial, Ele se põe a orar com fervor. E um detalhe extremamente interessante foi o seu clamor, que se repetiu por três vezes. Mais interessante ainda foi que se tratavam das mesmas palavras. Ou seja, Jesus orou as memas palavras por trêz vezes, o que denota persistência, fervor, fé.

Tenho aprendido que o nosso relacionamento com Deus é cercado por esta persistência, por este fervor, por esta fé. Muitos sucumbem e naufragam em sua caminhada com Deus por desanimarem, por perderem o seu vigor. Uma vida saudável com Deus é mercada por um envolvimento profundo através da oração e da busca ao Senhor. Naquele momento, Jesus estava sozinho, seus discípulos estavam dormindo, exaustos mas Ele se pôs a orar com insistência. Aprendemos com Jesus que não podemos nos deixar abater pela desânimo que muitas vezes está a nossa volta. Precisamos persistir insistentemente!

Creio que naquele momento, Jesus se deparou com o silêncio de Deus. Por este motivo, orou por três vezes consecutivas. Por três vezes pediu para que aquela grande responsabilidade fosse retirada de seus ombros. Orou até que a paz invadisse o seu coração. Orou até que tivesse a certeza de que deveria cumprir a sua missão. Da mesma forma, precisamos adotar este hábito - orar insistentemente até que a paz invada o nosso coração. Ocorre, entretanto, que muitas vezes não oramos no momento em que a tristeza tenta nos afligir. Encaramos os desafios sem ter em nosso coração a paz que excede todo entendimento, a paz que tem aquele que faz do Senhor o seu refúgio e a sua fortaleza. E geralmente, por não termos esta paz, nos desesperamos na hora em que a nossa fé é provada.

Por este motivo, é extremanente importante que sejamos como Jesus, tendo o hábito de orar com insistência, independente se os que estão conosco estão adormecidos. Precisamos orar quantas vezes for necessário, até que a paz reine em nosso coração. Agindo assim, seremos fortalecidos para enfrentar todos os desafios que surgirem em nosso caminho.