terça-feira, 31 de agosto de 2010

O CHAMADO E A CRISE

Estive refletindo sobre a crise de Elias. Um homem de Deus com um grande chamado que com sua simples oração fez cessar a chuva, cair fogo do céu e conseguiu desafiar cerca de 450 profetas de Baal. Um homem de fé mas que, em dado momento de sua vida, deixou que o medo invadisse o seu coração. Quando ameaçado por Jezabel, entrou em crise chegando, inclusive, a desistir da própria vida. “Já basta, ó Senhor. Toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais” (I Reis 19:4). Interessante notar que anos mais tarde, o Apóstolo Paulo, um homem que também tinha um chamado, também se deixou desesperar pela própria vida “Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima de nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida” (II Cor. 2:8).


Enfim, Elias tinha um chamado. E quanto Deus lhe questiona amavelmente “Que fazes aqui Elias...” (I Reis 19:9), Elias explode alegando o seu penoso trabalho “...Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada,e só eu fiquei, e buscam agora tirar a minha vida” (I Reis 19:10), como muitas vezes fazemos. Eram muitos os questionamentos que existiam em seu coração. Deus, por sua vez, não alimenta as suas queixas, o seu sentimento de “coitadismo”, mas lhe dá um direcionamento, conscientizando-o do seu chamado “E o Senhor lhe disse: Vai, volta pelo caminho do deserto de Damasco; e chegando lá, unge a Hazael rei sobre a Síria. Também a Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei sobre Israel...” (I Reis 19:15,16). Deus então entra em cena e mostra para Elias que o seu chamado estava acima de qualquer sentimento humano ou questionamento. Ou seja, embora Satanás insista em nos ameaçar e nos levar a questionar muitas coisas, a achar que estamos sozinhos, o nosso chamado se sobrepõe a tudo isso. A caverna jamais será o lugar adequado para um ungido de Deus.


E é confortante saber que para nós sempre haverá um alimento, sempre haverá uma brisa suave a nos impulsionar para o ide, para o grande chamado que o Senhor tem para nós. A cada manhã, o Senhor nos diz: Vai...Cumpra o seu chamado...Você é minha Testemunha.. E aquele tem um chamado deve sempre alimentar de Jesus Cristo, pois Ele é o pão da vida. Aprendemos com Elias que quem tem um chamado não deve se render à crise, enfim, não deve se entregar ao medo ou qualquer ou sentimento que queira paralisar os propósitos de Deus em sua vida.


Ioná Loureiro

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

UM REINO DE RELACIONAMENTOS



Jesus, ao enviar os seus discípulos, os instruiu a pronunciar a chegada do Reino de Deus. Ou seja, era chegado um novo tempo, um tempo de justiça, paz e alegria no Espírito Santo. E hoje, este Reino também é chegado até nós. E para possamos expandir este Reino aqui na Terra, é necessário uma ferramenta essencial, utilizada pelo Mestre Jesus, chamada relacionamentos. Não é toa que Jesus, ao convidar Pedro para segui-lo disse que ele se tornaria um pescador de homens (Mateus 4:19). Enfim, Pedro, através de uma grande rede de relacionamentos, daria inicio à Igreja Primitiva, a Igreja que iria expandir o Reino de Deus para toda a Judéia e até os confins da Terra.


A grande verdade é que construir relacionamentos é algo primordial para a pregação do evangelho. Quando não investimos em relacionamentos, saimos perdendo. Jesus sabia disso e nos deixou grandes exemplos. Podemos dizer, inclusive, que Ele era o mestre dos relacionamentos. Quando esteve entre nós em forma humana, Ele tinha um bom papo, se relacionava com as pessoas com liberdade e ousadia. Vivia no meio do povo e conversava com todos, seja gente de grande intelecto, como Nicodemos, como gente simples, humilde, como uma prostituta, considerada a escória da sociedade daquela época. O seu diálogo com a mulher samaritana nos dá uma grande lição de relacionamento. Através de uma conversa, trouxe salvação para aquela mulher. Pessoas necessitam de bons relacionamentos. Uma boa conversa, um olhar dentro dos olhos de quem está aflito, um ouvido atencioso, uma caminhada juntos, um partilhar de sonhos são capazes de sedimentar uma vida. A sedimentação do Reino de Deus gira em torno de relacionamentos.


Vemos, neste contexto, que as pessoas procuram a igreja para se relacionar, em primeiro lugar, com Deus e, em segundo lugar, para construir relacionamentos com irmãos que professam a mesma fé, enfim, que tenham os mesmos interesses. Por este motivo, não basta somente irmos à igreja, louvarmos a Deus e pronto. É preciso que aprendamos a construir relacionamentos saudáveis. Uma prova disto está na descrição da Igreja Primitiva feita em Atos 2:44, onde é afirmado que os cristãos primitivos “estavam sempre juntos e tinham tudo em comum”. Ou seja, eles mantinham um relacionamento que os tornava mais forte. Eles estavam sempre juntos, ou seja, partilhavam sentimentos, interesses e experiências e isto é muito bom para o Corpo de Cristo. Um outro exemplo que temos são os relacionamentos firmados pelo Apóstolo Paulo, relacionamentos estes que formaram grandes discípulos e homens e mulheres de Deus. Paulo mantinha fortes laços de amizade com seus cooperadores. Quem não se lembra de sua amizade com Priscila e Áquila? Juntos fizeram discípulos e até compartilharam, em dado momento, da mesma profissão e do mesmo teto. Quem não se lembra de sua amizade com o jovem Timóteo? Quem não se lembra, inclusive, de seus atritos com Barnabé, por causa de Marcos. Afinal de contas, relacionamentos envolvem ajustes de diferenças e de opiniões. Irmãos e amigos às vezes se estranham, mas com amor e perdão, tudo se ajusta. Os relacionamentos que Paulo mantinha com os seus discípulos e cooperadores eram tão profuntos que deixavam marcas e muitas saudades por onde ele passava "E levantou-se um grande pranto entre todos e, lançando-se ao pescoço de Paulo, o beijavam" (Atos. 20:37).  

Que tenhamos consciência de nossa responsabilidade de expandir o Reino de Deus aqui na Terra. Que possamos firmar relacionamentos, fazendo grandes amizades em prol do Reino de Deus. Que possamos fazer de nossos irmãos em Cristo amigos verdadeiros, como Jesus o fez com os seus discípulos, desenvolvendo uma grande rede de relacionamento que nos levará a mantermos um relacionamento eterno com o nosso Pai Celestial, pois só conseguimos nos relacionar plenamente com o Deus invisível quando nos relacionamos efetivamente com os nossos irmãos, a quem vemos constantemente. 


Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer” João 15:15




Iona Loureiro

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

TOY STORY - UMA HISTÓRIA DE GENTE GRANDE

Durante as férias, eu tive a oportunidade de levar meus filhos ao cinema para assistir o filme TOY STORY 3. Uma gracinha de filme que recomendo para todas as idades. É um filme infantil que revela uma grande verdade para nós adultos, pois fala de algo muito importante – a unidade, tão escassa nos dias de hoje.



O filme conta a história de um grupo de brinquedos que juntos vivem grandes dificuldades e aventuras para reecontrar o seu dono. A trama gira em torno das dificuldades enfrentadas pelos brinquedos e o grande segredo para que ultrapassem todas as barreiras, é justamente a união. Em meio ao sentimento de rejeição, injustiças e dissabores, os brinquedos - em unidade - conseguem finalmente sobreviver em meio aos desafios enfrentados. Ao assistir o filme, lembrei da unidade experimentada pelos irmãos da Igreja Primitida, relatada em Atos dos Apóstolos:

"E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos" (Atos 2:42-47).

Como vemos, a Igreja viveu um grande crescimento porque havia entre eles uma grande unidade. Eles estavam sempre juntos e tinham tudo em comum.  A unidade, na verdade, é o grande segredo para crescermos em todos os sentidos, especialmente porque somos membros uns dos outros. Juntos somos fortalecidos. Mas, lamentavelmente, Satanás tem investido pesado para fazer com o que homem viva só, fazendo-o achar que não precisa de ninguém. Tem feito, inclusive, que os homens vivam em rivalidade, entregando-se a uma competição insana e destruidora. No filme, os brinquedinhos se salvaram porque se mantiveram juntos, unidos e um ajudando o outro. Interessante notar como uma história desenvolvida para crianças releva uma verdade espiritual, como vemos a seguir:

 “Fortalecei as mãos frouxas, e firmai os joelhos vacilantes. Dizei aos desalentados de coração: Sede fortes, não temais. Eis o vosso Deus.
(Isaías 35.3-4);

"Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo" (Gal. 6:2);

"Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros" Filipenses 2:3-4.

Ou seja, o desejo do coração de Deus é que vivamos em união. Bom seria que todos vivêssemos assim, unidos, tendo o coração limpo como o coração de uma criança, livre de rivalidades, invejas, arrogâncias, enfim, livres de partidarismos e do desejo absurdo de trair ou contemplar o mal do seu próximo. 

Ioná Loureiro