segunda-feira, 30 de junho de 2014

Batismo! Um ato místico ou um ato de fé?!


Resolvi escrever sobre o batismo em virtude de alguns “misticismos”, digamos assim, que giram em torno desta ordenança do Senhor Jesus Cristo. Afirmo que é uma ordenança porque Ele fez questão de deixar este envio para a sua Igreja “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a o obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mateus 28:19-20 NVI).

A este respeito, tenho observado que algumas pessoas, embora cristãs, veem o batismo como um ato místico e não como um ato de fé. Ou seja, alguns pregam que a pessoa, ao receber Jesus como seu único e eterno Salvador, não pode descer as águas do batismo de imediato. Acham que devem aguardar um tempo, esperar a ideia de ser um cristão amadurecer um pouco mais para depois se batizarem. Pregam o adiamento de um ato que deve ser vivido logo assim que a pessoa aceita a Jesus, como veremos, a seguir.

O batismo dos novos convertidos da Igreja Primitiva

Logo após o Pentecostes, com a descida do Espírito Santo, o Apóstolo Pedro faz a sua primeira pregação para uma multidão. Após ministrar com ousadia sobre o plano da Salvação, cerca de três mil vidas se convertem. Pelo que percebemos da leitura do texto, assim que aceitaram ao chamamento de Pedro, foram logo batizados.

“Com muitas outras palavras os advertia e insistia com eles: “Salvem-se desta geração corrompida!... Os que aceitaram foram batizados, e naquele dia houve um acréscimo de três mil pessoas” (Atos 2:14,40-42)

O batismo do carcereiro

Em atos 16, vemos o relato da prisão de Paulo e Silas. Em meio às prisões, eles oravam e cantavam louvores. Houve um terremoto na prisão, as portas se abriram e todos foram soltos, pois as correntes se quebraram. O carcereiro, diante do todo o acontecimento sobrenatural que presenciou, se converte e pergunta a Paulo e Silas o que deveria fazer para ser salvo. Paulo e Silas respondem que bastava crer no Senhor Jesus e ele seria salvo, juntamente com toda a sua casa. O verso 33 relatava que em seguida, o carcereiro e todos os de sua casa foram batizados.

Naquela mesma hora da noite o carcereiro lavou as feridas deles; em seguida, ele e todos os seus foram batizados” (verso 33)

O batismo do Eunuco

Filipe recebe uma direção do Espírito Santo para pregar a Palavra a um eunuco etíope, oficial importante, que a serviço da rainha dos etíopes estava a caminho de Jerusalém para adorar a Deus. Filipe ao seu aproximar do eunuco, ministra à sua vida o plano da Salvação discorrendo Isaías 53. Em seguida, enquanto estavam a caminho de Jerusalém, eles param diante de um lugar onde havia água, e a pedido do próprio eunuco, Filipe o batiza ali mesmo.

Prosseguindo pela estrada, chegaram a um lugar onde havia água. O eunuco disse: “Olhe, aqui há água. Que me impede de ser batizado? Disse Filipe: Você pode, se crê de todo o coração. O eunuco respondeu: Creio que Jesus é o Filho de Deus. Assim, deu ordem para parar a carruagem. Então Filipe e o eunuco desceram à água, e Filipe o batizou” (Atos 8:36-38)

Como vemos nos exemplos acima citados, o batismo é um ato de fé que deve ser imediato. O único requisito é crer que Jesus é o Filho de Deus. Ou seja, apenas é preciso “crer” e ter a consciência de que Jesus é o caminho, a verdade e a vida. E isto não implica em ser perfeito, até porque aquele que começou a obra em nós há de completá-la até o dia de Cristo (Filipenses 1:6). Basta que haja fé, até porque é pela graça que somos salvos, por meio da fé e não por meio de obras para que ninguém se glorie (Efésis 2:8-9)

Mas, infelizmente, alguns não pensam desta forma. Nos meus 11 anos de ministério pastoral, enfrentei alguns obstáculos no tocante ao batismo. Ouvi considerações absurdas sobre o batismo que muito me irritaram. E, por incrível que pareça, tais absurdos muitas vezes vieram de pessoas que se diziam cristãs, pessoas do convívio daqueles que foram batizados em uma de nossas Igrejas.

Uma delas me deixou completamente estarrecida. Batizamos uma jovem que saiu da Igreja muito feliz. Ocorre que durante a semana seguinte, uma de suas conhecidas reprovou a sua atitude, afirmando que ela não estava pronta para ser batizada. Que ser batizado é como raspar a cabeça no Candomblé, que é algo muito sério.

Em outra ocasião, batizamos um jovem e um de seus amigos, que também era evangélico, reprovou a sua atitude, afirmando também que ele não estava pronto para ser batizado, pois era um novo convertido e não sabia muito bem se era aquilo que ele queria para a vida dele. O rapaz que batizamos se firmou e até hoje está na presença de Deus.

Percebemos, portanto, que algumas pessoas veem o batismo como um ato místico, ou seja, complicam, mistificam algo que é muito simples. Não há mistério! Se a pessoa crê que Jesus é o Filho de Deus por que deixar para depois o batismo? Por que adiar uma ordenança do Senhor Jesus? Ele mesmo fez questão de ser batizado para nos deixar este exemplo.

Além disso, o batismo é um ato público de fé, de extrema importância para a vida do cristão, enfim, é um dos requisitos para sermos salvos, como afirmou Jesus em Marcos 16:16 “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado”. Então, por que adiar algo tão urgente e tão relevante na vida de um cristão?


Penso, sinceramente, que o evangelho precisa ser desmistificado. Ou seja, é tempo de parar de complicar o que é simples, de deixar de lado a religiosidade e levar as vidas a viverem e desfrutarem do verdadeiro evangelho.

Pra. Ioná Loureiro

Nenhum comentário: