terça-feira, 27 de março de 2012

UM AMOR INCONDICIONAL



Às vezes me ponho a observar as amizades e os relacionamentos de um modo geral. E neste sentido, percebo que ultimamente as pessoas andam muito solitárias, sem amigos. Neste caso, muitas delas optam por não ter amigos por que algum dia sofreram alguma decepção. Ou seja, alguém que se dizia amigo traiu, abandonou, decepcionou ou foi embora.  E a pessoa então acha que não vale mais à pena ter amigos. Em sua mente, todos são iguais e que não dá para confiar em ninguém.
Mas será que é realmente assim que funciona uma amizade?! Existem realmente amigos verdadeiros?! Sinceramente, confesso que já entrei numa dessas crises de não querer ter amigos, especialmente porque um dia fui traída por uma grande amiga. A traíção foi tão forte que anos se passaram e sempre trago esta experiência na lembrança. Só que os tempos foram passando e comecei a me envolver com Jesus, o verdadeiro amigo. Analisando as suas atitudes e o seu sentimento pelo ser humano, passei a entender que amigos não são perfeitos. Amigos também erram! Amigos também decepcionam...
Jesus teve um grande amigo que o negou no dia mais difícil de sua vida. Seu nome era Pedro, o mais impulsivo de todos os seus discípulos. Mas mesmo sabendo de suas falhas, de seu temperamento difícil, Jesus o escolheu para ser seu amigo. Caminhou com ele, compartilhou sonhos e no momento mais traumático de sua vida, este amigo o abandonou. Ainda assim, Jesus não deixou de amá-lo, ao contrário, o perdoou e entregou em suas mãos a grande responsabilidade de dar prosseguimento ao maior projeto de sua vida, o estabelecimento da Igreja Primitiva, aquela que daria origem à estrutura mais sólida da humanidade, a Igreja Apostólica, que teria a missão de proclamar o evangelho à toda criatura. O amigo de Jesus então se arrependeu de seu erro e cumpriu cabalmente a sua missão, demostrou com a sua própria vida a sua fidelidade ao seu grande amigo. Mostrou que apesar de suas falhas, de seus deslizes, era um amigo fiel.
Creio que o grande problema na construção de grandes relacionamentos é que esperamos muito das pessoas. Como analisou Carl Ransom Rogers, grande psicopedagogo norte-americano, em uma de suas teorias no processo psicoterapêutico, precisamos aprender a nutrir pelas pessoas uma consideração positiva incondicional, isto é, precisamos aceitar as pessoas como elas são e expressar um afeto positivo por elas, simplesmente porque elas existem, não sendo necessário que façam ou sejam isto ou aquilo. Observamos que Jesus tinha este sentimento pelos seus discípulos e aquele que deseja ter amigos e andar em harmônia com o seu irmão, precisa adotar este tipo de consideração positiva pelo seu próximo. Entendo, inclusive, que este sentimento envolve o novo mandamento que Jesus nos deixou "Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros" (João 13:34).
Que possamos, portanto, não abrir mão de nossos amigos. Que haja em nós este amor incondicional.

Pra. Ioná Loureiro

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